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terça-feira, 4 de agosto de 2009

AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO E COMPLICAÇÕES DA FRATURA DO COLO DO FÊMUR EM CRIANÇAS.

Autores: Marcelo Cabral Fagundes Rêgo, Celso Belfort Rizzi Júnior

Trabalho Realizado no Serviço de Ortopedia Infantil do Instituto Nacional de Tráumato-Ortopedia – INTO - HTO – Rio de Janeiro RJ.


Os autores analisaram nove crianças com fratura do colo do fêmur tratadas no período de janeiro de 1986 a agosto de 2004. O trauma de alta energia foi o mecanismo de lesão encontrado na maioria das fraturas do colo do fêmur. A faixa etária variou de seis a 13 anos, com média foi de 9,7 anos de idade. E com prevalência pelo sexo masculino. A classificação utilizada foi a de Delbet, sendo encontradas os tipos I, II e III. Todos os pacientes necessitaram de tratamento cirúrgico, seja para tratar a fratura ou suas complicações. A maioria dos pacientes (66,6%) apresentaram algum tipo de complicação, sendo necrose avascular e fechamento prematuro da fise as mais freqüentes.O tempo decorrido para iniciar o tratamento e o grau de desvio das fraturas foram fatores relevantes no prognóstico. Os resultados foram considerados bons em 44,4% e regular em 55,5% dos pacientes, utilizando os critérios de Ratliff.

Os índices de complicações nas fraturas de colo do fêmur em crianças variam de 20 a 60%, dependendo da gravidade da fratura e do método de tratamento proposto. A necrose avascular é a complicação mais grave e mais comum após fraturas do quadril em crianças. Cerca de 30% das fraturas evoluem com essa complicação que é a principal causa de maus resultados observados após essa fratura. As fraturas tipo I com deslocamento, tipo II e III da classificação de Delbet são as com maior risco de evoluírem com necrose avascular.
É descrito na literatura que 20 a 30% das pacientes irão evoluir com coxa vara, está porcentagem é menor nos pacientes tratados com fixação interna. O fechamento prematuro da fise é outra complicação freqüente na fratura do colo do fêmur em criança, que ocorre em cerca de 28%.

fig 1 e 2: Fratura do colo do fêmur a esquerda com desvio em varo e após redução cruenta e sua fixação.





A literatura mundial relata que o deslocamento inicial da fratura associado ao atraso na sua redução são os principais determinantes da necrose avascular. Considerando que quanto maior for o desvio da fratura, maior será a possibilidade de lesão tecidual (cápsula, periósteo e vasos sanguíneos), teremos maior dificuldade para a redução dessas fraturas e índice de complicações aumentados. Isso foi observado no trabalho, onde os pacientes que foram submetidos a cirurgia para o tratamento da fratura e evoluíram com resultados regular ( caso 2, 7, 8) eram os com maiores intervalos (em dias ) entre a data da fratura e a cirurgia, apresentando também desvio inicial da fratura.

fig 3: resultado bom 6 meses após fixação.



Conclusão:
A ocorrência de fratura do colo do fêmur em criança é muito baixa. Na avaliação retrospectiva de mais de 18 anos, só conseguimos reunir nove casos.
A maioria das crianças com fratura do colo do fêmur são vítimas de traumas de alta energia.
A classificação da fratura, através da análise radiológica simples, é fundamental para nortear o tratamento.
O atraso no tratamento e as fraturas deslocadas são fatores relevantes para os maus resultados.
Um grande número de pacientes evoluem com complicações, sendo as mais comuns a necrose avascular e o fechamento prematuro da fise. A ocorrência simultânea destas duas complicações é elevada.