Não é incomum os pais procurarem
o ortopedista para avaliar uma deformidade nos membros inferiores em uma
criança com lesão neurológica. O mais importante é que os pais correlacionam
esta deformidade secundaria ao impedimento da marcha na criança.
A primeira medida do médico deve
ser orientar a esses pais, que na maioria das vezes essas deformidades são
secundárias a lesão neurológica e que a deformidade pode atrapalhar mais não
impedir. Por isso muitas cirurgias são
indicadas de forma desnecessária e não trazem nenhum beneficio a criança.
Como assim, perguntam os pais.
Nas chamadas Paralisias Cerebrais, onde a lesão ocorre no primeiro neuronio
motor, no cérebro, os encurtamentos
tendinosos e as contraturas articulares são secundárias e não adianta
simplesmente a correção cirurgica do alongamento, porque a criança necessita também
de coordenação, equilibrio e movimentação ativa destes musculos.
Independente da patologia, a
criança só vai atingir uma marcha independente quando ocorrer o conjunto de
fundamentos citados. Além disso, ainda existem crianças que não se intereessam
pela marcha. É importante salientar, que quadris luxados, pés tortos, joelhos
flexionados não são indicações primárias de cirurgia e a avaliação global da
criança e multidisciplinar se torna fundamental.
Outro grupo frequente nos
consultórios são os menores portadores de uma sequela de Mielomeningocele. Essa
lesão ocorre no segundo neuronio motor, funciona semelhante a uma lesão traumatica
da medula espinhal. Por isso é importante sempre saber o nível de lesão, e
dessa forma saber qual grupo muscular funciona, e assim ter um prognóstico
futuro da marcha, podendo assim indicar ou não as correções que possam ser
necessárias.
O objetivo é uma avaliação inicial
cuidadosa e criteriosa da criança, e ter um objetivo real que não fruste os
pais. Nem sempre isso é possivel em uma primeira avaliação e muitas vezes o
acompanhamento se torna fundamental.